Dimensões da violência na campanha eleitoral em Moçambique


 Dimensões da violência eleitoral que se assiste em Moçambique

Segundo o diretor do CDD, Adriano Nuvunga, há três dimensões de violência na campanha eleitoral. A primeira, tem a ver com o fato de Moçambique ter uma sociedade marcada por violência politica. Ou seja, o processo eleitoral acontece num quadro marcado por violência política, que apesar de, em 1992, ter terminado o conflito civil que dividia os moçambicanos, através do Acordo geral de Paz, na realidade a sociedade moçambicana não chegou a estar reconciliada no sentido de aceitação mútua para que as pessoas possam conviver de forma sã na democracia.

 A segunda dimensão, tem a ver com a intolerância política que é cada vez mais movida por aspetos ligados a qualidade governativa em Moçambique. É que cada vez mais fica claro que é nas eleições onde se decide quem vai comer nos cinco anos seguintes e quem vai passar fome, ou seja, na relação interpartidária ou intrapartidária. A título de exemplo, um candidato partidário que é eleito com 52% dos votos, fica com 100% do poder e aquele que teve, por exemplo, 40% dos votos fica com 0% do poder. Isso corresponde a passar fome nos anos seguintes e exacerba os ânimos na campanha eleitoral.

 A terceira e última dimensão, tem a ver com a forma como os partidos políticos se relacionam com as populações, quando compreende que esta população é favorável ou não a sua orientação politica. Vários observadores espalhados em todo o país, que estão a reportar casos em que, na chamada campanha porta à porta, quando chega uma oposição e entra na casa da pessoa, esta sai com uma catana a perseguir essa pessoa. É essa intolerância que mostra a dificuldade em aceitar o princípio central do exercício democrático. 

Fonte:DW.

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