Desafios enfrentados pelas mulheres como cabeças de lista dos partidos políticos
Desafios enfrentados pelas mulheres como cabeças de lista dos partidos políticos
Para Muianga, o machismo e a falta de união das mulheres são fatores que podem explicar a baixa participação na política.
"As mulheres em Moçambique estão a começar agora a interessar-se, a perceber que política é o dia-a-dia delas e elas devem ser membros. Mas encontram, evidentemente, um obstáculo, porque os homens acham que o espaço político é um espaço deles. Eles é que percebem, eles é que ditam as regras", afirma.
"Moçambique é um país com características machistas e este machismo é o desafio que temos, para conquistar o nosso espaço. Há leis muito boas a favor da mulher, como a Carta Africana, a resolução 1325. Agora falta difundi-las e aplicá-las".
Revisão de regras
Contudo, algumas regras dentro dos partidos políticos deveriam ser revistas. A escolha dos candidatos que participam das eleições de cabeças de lista, por exemplo, costuma ser feita pela liderança dos partidos que, na sua maioria, são homens. Um problema que, segundo Martins, é agravado pela falta de união das mulheres.
"Podemos dizer que a escolha dos candidatos a cabeças de lista é um processo democrático entre aspas. A eleição é: primeiro o órgão indica, lança para as bases, e a base por sua vez, elege através das conferências. Entretanto, são avançados os nomes e, dentro desses nomes podem estar lá homens e mulheres. Neste processo, temos essas duas frentes por enfrentar: o próprio homem, que, muitas vezes, faz barreiras à mulher, e a própria mulher, a fazer barreira à outra mulher", explica.
Judite Sitoe, líder da liga feminina do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), concorda que, algumas vezes, na luta pelo poder, os homens interferem nas candidaturas de mulheres e que elas, por sua vez, não se apoiam. "Eles mostram a outras mulheres que essa mulher não é capaz, mas que ele é capaz. E as mulheres, em vez de se apoiarem, apoiam o homem".
Fonte: DW
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